Literatura entusiasta - Angústia (Graciliano Ramos)
Angústia (Graciliano Ramos)
Olá entusiastas, hoje teremos mais um aprofundamento de literatura, com um breve resumo do livro Angústia de Graciliano Ramos, contando também com alguns exercícios, vida do autor e aprofundamentos.
Quem foi Graciliano Ramos?
Graciliano Ramos (também conhecido como Graça) foi um Alagoano nascido em 1892. Ele ficou muito conhecido pelas suas obras como Vidas Secas, São Bernardo e, claro, Angústia.
O romance foi escrito em 1936, enquanto Graça estava preso pela política de ditadura militar de Getúlio Vargas. Seu romance pode ter sido considerado afrente do seu tempo, por ter tomado uma visão muito introspectiva e psicológica do persongaem principal, Luís da Silva.
Resumo da obra
Seu começo é um tanto misterioso, com o personagem dizendo que fez algo que o deixava angustiado e preso dentro de casa, quase como esperando algo ou alguém. Então, ele inicia sua narrativa para justificar tal angústia.
Quando o protagonista Luís da Silva era pequeno e morava em área rural, viu seu avô ser morto sufocado por uma cobra em seu pescoço. Perdendo um pouco a riqueza de um família que já foi muito poderosa, seu nome foi sendo reduzido até ser apenas Luís da Silva.
Mais velho, Luís se mudou para a cidade e começou a trabalhar escrevendo artigos de jornais sob encomenda, mesmo um pouco angustiado pela intervenção da censura do governo militar. Sua vida vira extremamente monótona, até conhecer Marina, uma mulher que ele mesmo acha medíocre, mas que é extremamente bonita. Luís acaba sendo seduzido por Marina e fica obcecado pela vizinha, até mesmo a ouvindo pela parede que dividia o banheiro.
Luís e Marina acabam noivos, mesmo Luís a achando medíocre, pensamento este destacado quando Luís lhe dá dinheiro para a mesma que a gasta em coisas que ele acha fútil. Com o dinheiro apertado e contas atrasadas, Luís vê seu noivado em perigo quando Julião Tavares, um homem gordo de família abastado de dinheiro e que tinha o hábito de engravidar garotas bonitas, entra no caminho seduzindo constantemente Marina.
Luís se vê extremamente angustiado com sua rotina, seu casamento, seu trabalho e seu ciúmes com Julião Tavares. Julião constantemente entrava na casa de Luís e ficava conversando com Marina, algo que deixava Luís com vontade de estrangulá-lo com suas próprias mãos e que era constantemente citado na obra.
Essa angústia acaba crescendo cada vez mais, até se explodir quando o mesmo descobre, ouvindo pela parede do banheiro, que Marina estava grávida e a espiona até a clínica de aborto. Luís briga com Marina por ter engravidado de Julião Tavares e, andando na rua, o encontra. Com muita raiva, Luís acaba sendo impulsivo e o enforca com uma corda dada por Ivo, um mendigo que ele ajudava. Luís fica com tanta raiva que conseue levantar o corpo pesado de Julião e o colocar em uma árvore para simular um suicído e foge logo após ouvir pessoas vindo na mesm rua.
Luís então se tranca em seu quarto e bebe, deixando o leitor um pouco confuso por suas alucinações e sua angústia, não deixando claro por quanto tempo ele fica ali esperando alguém bater na porta para prendê-lo, já que havia deixado uma prova no local. Então, a obra acaba da mesma forma como começou.
Análise da obra
Luís pode ser visto como um homem extremamente medíocre, algo já visto com seu nome reduzido e simples, o mesmo até mesmo a se espelhar nos ratos que comem os restos da sua comida. Julião Tavares, seria seu antagônico, isto é, tudo aquilo que Luís não é: Rico, poderoso e influente, como também uma possível personificação da burguesia que Graciliano Ramos tanto criticava em suas obras.
Quando o que Luís sempre temia acontece, ele comete o crime de matar Julião da mesma forma que seu avô morreu, enforcado. Algo que pode nos remeter a uma agonia ou, até mesmo, à angústia sentida pelo livro todo.
A existência de Luís é, com certeza, algo de maior discussão, pois além de seu espelhamento nos ratos, o mesmo procura uma identidade que parece que foi tirada por ele quando as heranças das colonias de seu avô ficaram obsoletas e, o mesmo, nem mesmo possui uma identidade para os artigos do jornal, sendo considerado algo que chamamos atualmente como "escritor fantasma". Sua identidade passa a ser comprometido quando essas heranças da colonias passam a bater de frente com a nova burguesia, a burguresia do Novo Governo de Vargas. Uma forma sútil de Garça criticar tal governo que havia o prendido.
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